Os últimos dois dias no Hospital Regional de Piracicaba (HRP-Unicamp) foram marcados por palestras, debates, dinâmicas, homenagens e muita descontração em gincana que envolveu boa parte da comunidade da instituição durante a Semana da Enfermagem, evento promovido pela Gerência de Práticas Assistenciais Hospitalares e o Núcleo de Educação Permanente e Pesquisa (Nepp). Reflexões sobre uma das carreiras mais antigas e nobre da civilização humana pautaram as rodas de conversa dentro e fora do Auditório do HRP-Unicamp.
De acordo com os registros históricos, a profissão de enfermeiro data de antes de Cristo e em seus primórdios ela tinha estreita relação com a maternidade, sendo exclusivamente feita por mulheres. Porém, a Enfermagem moderna, com a suas bases de rigor técnico e científico, começou a se desenvolver no século XIX com Florence Nightingale.
A evolução da carreira ao longo desses dois últimos séculos fica latente ao observar o relatório sobre o Estado da Enfermagem no Mundo 2020, realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os dados indicam que há 28 milhões de profissionais de Enfermagem no mundo, um número que representa mais da metade de todos os profissionais de Saúde. O relatório também observa que existe uma escassez global de 5,9 milhões de profissionais de Enfermagem, principalmente na África, Sudeste Asiático e Mediterrâneo Oriental, bem como em alguns países da América Latina.

No Brasil, segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), cerca de 691 mil enfermeiros estão cadastrados nos órgãos representativos nos estados, sendo que São Paulo lidera o ranking com quase 170 mil profissionais atuando nessa área. Já o ‘exército’ do HRP-Unicamp soma quase 300 combatentes na linha de frente da Enfermagem, sendo 233 técnicos e auxiliares e 66 enfermeiros.
Uma força tática, cujo valor tem o reconhecimento de toda a Diretoria do HRP-Unicamp, representada pelo superintendente da instituição, médico infectologista Vitor Marim. “O Time de Enfermagem, composto pelos enfermeiros, técnicos e auxiliares do HRP-Unicamp, representa uma força motriz em toda a engrenagem da Assistência do hospital. Parabenizo toda a categoria pelos serviços prestados ao paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) e expresso publicamente a minha gratidão e meu reconhecimento”, afirmou Marim.
Histórias de vida
Quase empatada com Thamara, a mais antiga da instituição, Daiana de Fátima Fagundes também faz história no HRP-Unicamp desde que entrou em 18/04/2018. Anos de dedicação lhe renderam uma homenagem na Câmara Municipal de Vereadores de Piracicaba na categoria Profissional do Ano. “Essa homenagem é o reconhecimento da minha profissão e do meu trabalho. Tenho 17 anos de profissão, sendo 6 anos deles no HRP-Unicamp, e meu maior desafio atualmente, além de ser uma uma ótima esposa e a melhor mãe, é me manter uma profissional de qualidade com empatia ao próximo”, declarou Daiana.

Se para a britânica Florence “a verdadeira Enfermagem é uma arte que envolve a mente, o coração e as mãos’ (1940), qual é a reflexão contemporânea dos enfermeiros do HRP-Unicamp? O Departamento de Comunicação (Decom) ouviu alguns desses profissionais. Para a enfermeira do Nepp, Miriam Gusmão, a profissão tem uma chancela espiritual. “A Enfermagem surgiu na minha vida no momento em que eu desejava muito fazer a diferença na vida das pessoas quando elas mais precisassem: na doença. Fui escolhida pela Enfermagem.
Sou um instrumento nas mãos do Criador”, relatou Miriam, que acumula 22 anos de carreira.
“Enfermagem é a arte do Cuidar. Cuidar foi a minha escolha desde sempre!! Sabia que esse era meu propósito e hoje entendo a cada dia mais que Cuidar dos que cuidam me faz alcançar ainda mais pessoas!”, revelou Milena Carolina Dadalto Migatta, supervisora da Unidade de Internação Clínica, que soma 21 anos de formada.
Confira o que motivou a escolha pela Enfermagem e a construção de suas respectivas carreiras com mais esses depoimentos de colaboradores do HRP-Unicamp:

“Escolhi ser enfermeiro no desejo de fazer diferente! No desenho de ser melhor profissionalmente e também na minha evolução pessoal, escolhi essa profissão porque meus valores adquiridos ao longo da vida se encaixaram aos valores da profissão, pela solidariedade, verdade, moralidade e utilidade. Ser enfermeiro pode-se dizer, em termos gerais, que é a ciência que se dedica ao cuidado da Saúde do ser humano.”
Flávio Braga, gerente de Práticas Assistenciais Hospitalares

“Na época do Ensino Médio já tinha certeza que queria ser enfermeira. Iniciei o curso Técnico de Enfermagem com 17 anos, entrei na graduação antes mesmo de terminar o curso, e hoje, com quase dez anos de profissão, tenho certeza que a minha maior vocação é cuidar de pessoas. Ser enfermeira pra mim é motivo de orgulho e sei o quanto conseguimos fazer a diferença na vida das pessoas.”
Stefany Machado, supervisora do Setor de Regulação Ambulatorial
“Enxergo a Enfermagem como uma profissão essencial para a sociedade, pois tem papel fundamental na promoção da Saúde, prevenção de doenças e no cuidado dos pacientes. A paixão pelo cuidado de pacientes intensivos, para muitos parece desafio, mas para mim, é uma oportunidade de fazer a diferença na vida dessas pessoas, e é extremamente gratificante. Contribuir para o bem-estar e a qualidade de vida é o que me motiva ”, afirmou Lais
Lais Zanchettin Marafon, supervisora de Enfermagem


“Estou na área da Enfermagem desde os 18 anos de idade e, como enfermeira graduada, há 12 anos. Escolhi ser enfermeira pelo prazer da profissão, em aprender a cuidar de outras pessoas e poder fazer a diferença salvando vidas ou acolhendo quando isso já não é mais possível. É uma profissão que me faz evoluir cada dia mais quanto ser humano.”
Taisa Mayara Pires, supervisora de Gestão Ambulatorial

Ana Luiza de Oliveira, líder do Setor da Qualidade
“A minha jornada na Enfermagem começou aos 17 anos, quando tive a oportunidade de iniciar o Técnico em Enfermagem. Desde então, fui cativada pela profissão e, em 2015, tive minha primeira oportunidade de trabalho na área, no qual pude sentir o poder de fazer o bem para as pessoas e testemunhar a gratidão delas, o que me impulsionava a buscar a excelência na minha área. Atualmente, com dez anos nessa caminhada, estou como enfermeira líder da Qualidade, um pouco distante da assistência direta ao paciente, mas totalmente focada em garantir o melhor cuidado para cada indivíduo. Atualmente vivo mais uma experiência que me motiva a ser melhor e me agrega muito valor como pessoa e também como profissional. Sem dívidas, eu amo a profissão que escolhi!”, afirmou Ana Luíza.
“Escolhi ser enfermeira para poder ser apoio nos momentos mais difíceis na vida dos pacientes e família, atuar de maneira humanizada nos cuidados, com segurança técnica e impacto positivo na experiência de cada paciente.”
Ana Paula Possebon Carda, supervisora da Jornada do Paciente
