“Um debate é uma troca de conhecimentos. Uma discussão é uma troca de ignorâncias.” Por Robert Quillen
Criada no final de 2023, a Roda de Conversa tem como principal objetivo promover a aproximação da Gerência de Enfermagem com diversas áreas de operação do Hospital Regional de Piracicaba (HRP-Unicamp), abrindo um espaço dominado pelo debate horizontal e aberto sempre com temas livres. Projeto que integra um movimento maior implementado pela atual Diretoria da instituição e que privilegia a comunicação interna.
Durante duas manhãs por mês, os colaboradores representantes de setores se encontram para uma conversa descontraída, que fornece subsídios para entender problemas e nortear possíveis novas estratégias.
Tendência que vêm se consolidando na atual gestão do HRP-Unicamp. “A Roda de Conversa integra um movimento institucional do hospital mais amplo, que prima pela comunicação horizontal interna, com aportes expressivos no Gemba, que envolve a Superintendência, as Gerências e o setor de Qualidade na prática de escutar as equipes, além do Departamento de Comunicação (Decom), que atua na divulgação, interna e externa, das atividades do hospital”, pondera o superintendente da instituição, Vitor Marim.
Sob o comando do gerente de Práticas Assistenciais Hospitalares do HRP-Unicamp, Flávio Reis, a Roda de Conversa vêm se consolidando como uma importante ferramenta de comunicação horizontal em uma instituição de Saúde. “São momentos dedicados para debates, nos quais os participantes se reúnem e todos têm oportunidade de se expressar. Contribui no relacionamento e na interação entre equipe multi, pois com o método da Roda de Conversa, o colaborador passa a ter voz, é estimulado a se comunicar, melhor contextualizando seus processos de trabalhos diários e sendo trazido para uma reflexão. Permiti a eles, a expressão de suas ideias, e o desenvolvimento reflexivo”, avalia Reis.
O fisioterapeuta Matheus Bandeira, de 30 anos, ressalta a importância do espaço aberto à reflexão. “Eu acredito que a importância está em podermos relatar diretamente à gerência nosso ponto de vista, de acordo com o que vivenciamos no cotidiano. Muitas vezes, podemos até compartilhar com nosso supervisor imediato, mas a visão dele pode não refletir verdadeiramente o contexto que enfrentamos,” acredita Bandeira.
Aberta a profissionais das áreas de Enfermagem, Unidade de Internação (UI) Clinica Médica, UI Clínica Cirúrgica, UTI, CME, Centro Cirúrgico, Nefrologia, Nutrição, Fisioterapia, NIR Urgência e Transição do Cuidado, a Roda de Conversa não tem uma pauta predefinida. “São temas livres. Os profissionais podem trazer qualquer assunto pertinente aos seus processos de trabalho. Deixo bem à vontade em trazerem dúvidas, oportunidades de melhorias, alinhamentos de processos e abertura para comunicação individual com a Gerência”, afirma o idealizador do encontro, sem esconder sua veia democrática norteada pelo debate.
Estratégia que já apresenta resultados positivos, na opinião dos representantes que ganham lugar de fala. “Considero crucial termos contato direto com a Gerência para relatar situações cotidianas. Essa oportunidade influencia positivamente, pois acreditamos que o que estamos apresentando está chegando diretamente à fonte capaz de resolver o problema. Sentimos que temos um espaço para expressar nossas opiniões, o que nos deixa mais animados em fazer acontecer”, avalia o fisioterapeuta.
Ciente de sua responsabilidade como representante de área, o fisioterapeuta entende a Roda como um canal aberto para reivindicações pertinentes ao cotidiano de cada área e com efeito multiplicador na comunicação. “Como representantes, temos a responsabilidade de levar as necessidades do setor, que muitas vezes são desconhecidas por aqueles que não trabalham diariamente nele. Então, esperamos chegar aqui e trazer tudo o que discutimos no setor, criando a esperança de que o que trouxemos será resolutivo.”
O sucesso da Roda de Conversa pode ser mensurado pela repercussão dos temas debatidos. “Após a reunião, todos querem saber como foi, o que foi discutido e qual foi a resposta do gerente, pois todos estão ansiosos por uma devolutiva. Em muitos momentos, nos sentimos calados, como se não fôssemos ouvidos. Ter a oportunidade de falar faz com que todos queiram saber qual foi a resposta”, finaliza Bandeira.
